Eleição após eleição, mandato após mandato, repetidas vezes candidatos corruptos e incompetentes são eleitos e reeleitos. Mas a pergunta que, com certeza nos fazemos, durante o período dos catastróficos mandatos é: por quê? Por causa da lógica que atualmente rege as eleições. Mas que lógica é esta? É a lógica do “melhor entre os piores”. Ela funciona da seguinte forma:
Observe que todo período eleitoral se inicia de maneira relativamente respeitosa, onde cada candidato expõe sua proposta de trabalho que inclui sempre os mesmos pontos: saúde, educação, transporte, segurança, moradia, mais emprego, melhores salários, menos impostos, o fim da corrupção e da impunidade.
No entanto, a grande maioria da população já não acredita mais nestas falsas promessas que, apesar de serem necessidades reais e urgentes, na boca dos candidatos, são apenas mentiras ditas para ganhar votos.
É neste ponto que a estratégia de eleição muda, e se inicia a lógica do “melhor entre os piores”. É o momento em que os discursos, debates e propagandas, se esforçam para provar que o “outro candidato” é incompetente, corrupto, mentiroso, omisso, e tenta encontrar nele uma falta grave que o prejudique frente à opinião pública. Observe que cada candidato faz isso contra todos os seus adversários, em maior ou menor intensidade. Com isso, o candidato que convence os eleitores de que seus adversários são “piores que ele”, ou seja, que ele é “o melhor entre os piores” vence a eleição. É sempre assim.
Portanto, ao invés de votarmos no candidato que nos representa, ou seja, naquele que acreditamos ser o mais competente para o cargo, votamos no “melhor entre os piores”. Na verdade votamos em um candidato porque não queremos que os outros ganhem, porque fomos convencidos que os outros são piores, e que pelo menos este, o candidato em que estamos votando, “rouba, mas faz”.
É por isso que todo candidato incompetente e corrupto sempre tenta a eleição e a reeleição: ele sabe que sempre terá uma chance de provar que é “o melhor entre os piores”.